PERCEPÇÃO DOS PRODUTORES RURAIS DE CAMPINÁPOLIS (MATO GROSSO) SOBRE A BRUCELOSE BOVINA

  • Anderson Lourenço Cambaúva da Silva
  • Renata Ferreira dos Santos
Palavras-chave: Saúde pública, Extensão rural, Bovinos, Brucella abortus

Resumo

A brucelose é uma enfermidade transmissível, de caráter crônico, causada por bactérias do gênero Brucella, as quais infectam diversas espécies de animais, bem como o ser humano. O agente da doença é uma bactéria gram negativa, pertencente ao filo Proteobacteria, da classe Alphaproteobacteria, na ordem Rhizobiales, na família Brucellaceae e no gênero Brucella. É uma doença de caráter infectocontagioso, sendo a mais encontrada nos bovinos a Brucella abortus (MEGID; MATHIAS, 2016).

Segundo Poester et al. (2009) a brucelose em bovinos está associada principalmente a problemas reprodutivos como abortamentos, nascimento de crias fracas e baixa fertilidade, acarretando em prejuízos a pecuária. O microrganismo pode ser disseminado da fonte de infecção por várias vias como, sangue, urina, sêmen, descargas vaginais, fetos abortados e principalmente placentas, a eliminação da B. abortus ocorre, especialmente, após o parto ou abortamento (MEGID; MATHIAS; ROBLES, 2010). Contudo as fêmeas abortam, em geral, apenas no primeiro parto após a infecção, sobretudo os animais continuam eliminando a bactéria pelo leite e por descargas uterinas de modo assintomático nos próximos partos da sua vida reprodutiva (MEGID; MATHIAS, 2016).

A brucelose bovina provoca grande impacto nos setores produtivos tanto de leite quanto de carne, sobretudo, nas exportações destes produtos para outros países. Dados oficiais relativos à frequência da brucelose bovina, revelam que a doença está presente em todo o território nacional, trazendo muitos prejuízos para os produtores e também para todo o mercado econômico (BEER, 1998). Segundo Santos et al. (2013) as perdas devidas à brucelose bovina no Brasil foram estimadas em R$ 420,12 ou R$ 226,47 para cada fêmea infectada acima de 24 meses de idade em rebanhos de leite ou corte, respectivamente.

O meio de transmissão mais comum para os humanos ocorre pela ingestão de leite cru, produtos lácteos não pasteurizado provenientes de animais infectados, contato direto com a pele, manipulação de resto planetários e fetos abortados. As principais pessoas que podem ser infectadas pela bactéria são os médicos veterinários, tratadores, ordenadores, funcionários de fazenda que realizam partos sem o uso de EPIs, e até mesmo os pequenos produtores que realizam todo o serviço dentro da sua propriedade (MEGID; MATHIAS, 2016).

Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi de investigar as informações que os produtores rurais têm sobre a cadeia epidemiológica da brucelose, conhecer as medidas de prevenção e controle que são adotadas pelos produtores rurais, propor medidas de educação sanitária para a redução dos casos da doença na região.

Biografia do Autor

Anderson Lourenço Cambaúva da Silva

Acadêmico do curso de bacharel em Medicina Veterinária do Centro Universitário do Vale do Araguaia.

Renata Ferreira dos Santos

Professora orientadora do Centro Universitário do Vale do Araguaia

Publicado
2020-11-27