EFICÁCIA DO ÁCIDO KÓJICO EM ASSOCIAÇÃO AO ÁCIDO SALICÍLICO NO TRATAMENTO DE HIPERCROMIAS PÓS-INFLAMATÓRIAS EM DIFEREENTES FOTOTIPOS DE PELE

  • Ketelly Alves de Oliveira
  • Rejane Martins Vieira
Palavras-chave: Ácido, Pele, Tratamento

Resumo

Cada indivíduo possui uma classificação de coloração da pele, que varia segundo a raça e, região do corpo que pode ser influenciável pelas condições do meio externo. Fitzpatrick e Mosher classificam a cor natural da pele como constitutiva (controlada por fatores genéticos que fornecem características específicas aos melanossomas através dos genes de pigmentação) ou facultativa (dependendo da exposição ao sol, influências hormonais e grau de envelhecimento). Em 1976, Fitzpatrick classificou a pele humana em seis fototipos, variando do tipo I que corresponde a pele mais branca, ao tipo VI que é a pele negra (MOTA, 2006).

Dentre as disfunções estéticas da pele, pode-se ressaltar que a acne é uma das etiopatogenias mais frequentes na população em geral. Ela apresenta condição inflamatória crônica que, acomete o folículo pilossebáceo, é de natureza genética e hormonal, multifatorial apresenta quadro clínico variado, podendo ser agravada por alguns fatores como má alimentação, estresse e medicamentos. Existem quatro fatores etiopatogênicos que estão diretamente relacionados com o acometimento desse distúrbio: hiperprodução sebácea, hiperqueratinização folicular, colonização bacteriana do folículo sebáceo e liberação de mediadores da inflamação no folículo e derme adjacente (DEUSCHLE, 2014).

As hipercromias são desordens pigmentares responsáveis pela mudança de tonalidade da pele, gerando produção excessiva de melanina. Tal produção é influenciada por diversos fatores, entre eles podemos ressaltar as lesões pós-inflamatórias, exposição excessiva aos raios ultravioleta, hormônios estimuladores de melanócitos, e outros. Essas desordens podem causar transtornos ao bem estar do indivíduo na sociedade. Há uma grande variedade de tratamentos despigmentantes, deve-se escolher de acordo com as características do paciente, levando em consideração o fototipo, grau da lesão e estado cutâneo da pele (MOURA 2017).

Os peelings químicos são ótimas opções de tratamento, poisconstituem uma esfoliação acelerada induzida por agentes cáusticos que provocam uma inflamação controlada, resultando em espessamento da epiderme, depósito de colágeno e aumento do volume dérmico. A aplicabilidade depende da profundidade da lesão, local anatômico, higienização correta da pele, técnica de aplicação, e o agente químico. São divididos em: muito superficial, camada córnea; superficial, epiderme; médio, derme papilar e, profundo, derme reticular (CHÁVEZ, 2018).

O ácido salicílico é um beta-hidroxiácido, utilizado para uma série de disfunções estéticas devido às suas muitas propriedades, como sua ação queratolítica e antimicrobiana. É utilizado topicamente para tratamento da acne, por ser um agente lipossolúvel, sendo miscível aos lipídeos epidérmicos e das glândulas sebáceas nos folículos pilosebáceos, proporcionando maior penetração de outros agentes químicos (CUNHA, 2018).

O ácido Kójico é um dos despigmentantes naturais mais eficientes, é uma substância de origem natural, obtida a partir de processos fermentativos do arroz por fungos AspergillusePenicillum, amplamente utilizado como aditivo em alimentos e como ativo despigmentante em produtos de uso tópico. Ele age inibindo a formação da melanina, quebrando os íons cobre e bloqueando a ação da tirosinase, eliminando as hipercromias. A vantagem desse ácido está na suavidade de ação sobre a pele, pois não causa irritação nem fotossensibilidade ao usuário (GONCHOROSKI, 2005).

Esse ácido possui efeito inibidor sobre a tirosinase e, por consequência diminuição da síntese de melanina, além de tudo, induz a redução da eumelanina em células hiperpigmentadas. Para uma melhor ação no tratamento, é necessário que a pele esteja totalmente limpa, logo haverá uma melhor absorção do despigmentante. Tendo em vista que o ácido Kójico não é citotóxico e também apresenta fácil associatividade com outros agentes clareadores (PONTES, 2014).

O presente estudo faz-se necessário para comparar a efetividade do ácido kójico associado ao ácido salicílico no tratamento de hipercromias pós-inflamatórias em diferentes fototipos de pele, pois é inegável a necessidade de descobrir soluções para hipercromias pós-inflamatórias, visando melhorar a autoestima e a qualidade de vida daqueles que são acometidos por tal alteração. Além das formas de cuidados preventivos indispensáveis como uso do filtro solar, evitar exposições prolongadas aos raios ultravioletas, fazer higienização correta da pele afim de impedir o desenvolvimento de pápulas e pústulas e,também a redução do hábito de premer e escoriar a pele que é uma medida eficiente para impedir que ocorram novas manchas hipercrômicas.

Biografia do Autor

Ketelly Alves de Oliveira

Acadêmica do curso de Tecnologia em Estética e Cosmética

Rejane Martins Vieira

Docente orientadora no Centro Universitário do Vale do Araguaia

Publicado
2020-11-30