DE MUSAS À GUERREIRAS OLÍMPICAS
A REPRESENTAÇÃO DA MULHER BRASILEIRA NAS OLIMPÍADAS DE PARIS
Resumo
A presença de mulheres brasileiras em competições esportivas não é algo que começou agora. Muitas foram as lutas pela inclusão delas no esporte. Da primeira participação brasileira em uma Olimpíada ocorrida em 1920 na Antuérpia com uma delegação composta só por homens para os Jogos Olímpicos de Paris em 2024 onde a maioria dos atletas foram mulheres, se passou mais de um século. Verifica-se que o protagonismo feminino nas olimpíadas de Paris 2024 trouxera uma nova abordagem sobre nossas atletas. Nosso objetivo é explorar a representação das mulheres brasileiras no meio esportivo, passando do papel de musas e focando no desempenho esportivo. Nosso recorte recairá sobre judoca medalhista de bronze Rafaela Silva, a dupla feminina campeã de vôlei de praia Ana Patrícia e Duda, e a seleção brasileira feminina de futebol medalha de prata nos jogos, em especial a atleta Priscila Silva que demonstrou que as atletas deixaram de meras figuras decorativas sob um olhar sexista e tornaram-se protagonistas de conquistas esportivas significativas. Desde o início das participações brasileiras nas Olimpíadas, as mulheres foram frequentemente vistas como símbolos de beleza atrelados à sedução, mais do que atletas competidores. Este cenário começou a mudar nas últimas edições dos Jogos Olímpicos, refletindo uma crescente valorização do esporte feminino e da capacidade das mulheres em diversos eventos esportivos. Como metodologia utilizaremos o levantamento bibliográfico de autores que se relacionam com o tema. Também faremos uma pesquisa documental onde nosso corpus serão matérias jornalísticas veiculadas durante os jogos olímpicos de Paris em que se retratam acontecimentos envolvendo a dupla Duda e Ana Patrícia, a judoca Rafaela Silva e a seleção de futebol feminino. Para análise dos dados, teremos como base a Análise de Discurso de orientação francesa, especialmente os trabalhos de Maingueneau (2015), Charaudeau (2019) e Orlandi (2015). Como resultado demonstramos que embora ainda haja sexismo e distorção da imagem feminina no esporte, a luta pela igualdade começa a surtir efeitos e a abordagem midiática começa a focar mais nas conquistas e menos nos corpos femininos.
Os direitos de autoria dos artigos publicados neste periódico pertencem aos autores, com a revista detendo os direitos de primeira publicação. Devido à sua disponibilidade em uma revista de acesso público, os artigos estão disponíveis para uso gratuito em contextos educacionais, práticos e governamentais, com atribuições apropriadas. É essencial conceder o devido crédito aos autores e à fonte, incluir um link e indicar se ocorreram modificações. Nestas circunstâncias, não é necessário obter permissão dos autores ou editores. Os autores têm a liberdade de estabelecer acordos adicionais independentes para a distribuição não exclusiva da versão publicada deste trabalho, como a publicação em um repositório institucional ou a inclusão em um capítulo de livro.